Ao olhar o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, hoje, o semblante do pescador José Gomes, de 58 anos, é de contemplação e demostra a renovação de uma esperança que havia ficado para trás. É que um ano após o encontro das águas da Transposição do Rio São Francisco com o espelho d'água de Boqueirão, a cena de um reservatório quase seco e com o pior volume da sua história - 2,9% da capacidade total - vai sendo modificada pela recarga de água 114 milhões de metros cúbicos acumulados no açude ao longo dos últimos 12 meses.
Nesta quarta-feira (18), o açude de Boqueirão passa dos 126 milhões de m³ de água, um volume de mais de 30%, de acordo com dados são da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). O número corresponde a um crescimento de 950% sobre os menos de 12 milhões de metros cúbicos que o reservatório acumulava antes da transposição.
O açude vem se recuperando de uma severa crise hídrica, fato que está ressignificando a vida das pessoas que há um ano viviam a iminência de um colapso total de água.
"Ah, agora tá outra coisa. Tá bom demais. Antes dessa transposição em quatro dias eu conseguia pescar uma média de 25kg de peixe. Hoje consigo isso em um dia só. Sem falar a riqueza que é ter água, né?! Isso é bom demais, não tem nem como comparar. Foi ótimo!", destacou o pescador José Gomes, que há cerca de 25 anos provém o sustento da família com a atividade de pesca no açude de Boqueirão, no Cariri paraibano.
A observação feita pelo pescador revela a transformação do cenário do açude após a chegada das águas São Francisco, bem como a mudança de vida e a satisfação pela situação atual do reservatório, sentimento compartilhado também por cerca de um milhão de pessoas que vivem nos 19 municípios abastecidos por Boqueirão, incluindo Campina Grande.
Fonte: G1 PB
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