domingo, 7 de agosto de 2016

Após dois dias de trégua, RN volta a registrar ataque incendiário



Após dois dias inteiros sem registrar nenhum caso que pudesse ser relacionado aos ataques criminosos que o Rio Grande do Norte vem sofrendo, a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do estado confirmou que está investigando um incêndio ocorrido na madrugada deste domingo (7) em Senador Georgino Avelino, município distante pouco mais de 50 quilômetros de Natal. As chamas destruíram um ônibus, um caminhão e uma retroescavadeira em uma garagem da prefeitura. 
A garagem fica na zona rural do município, em uma comunidade chamada Carnaúba. “Tudo indica que foi um incêndio criminoso, causado por ação humana, mas ainda não podemos atribuir o ato a nenhuma facção”, informou a Sesed por meio de sua assessoria de comunicação. “A suspeita é de incêndio criminoso, mas o delegado de Polícia Civil da cidade é quem vai investigar o caso e dizer o que aconteceu”, reforçou o tenente-coronel Genilton Tavares, comandante da PM na região. 
Os ataques que vêm acontecendo no estado são reivindicados por uma facção criminosa insatisfeita com a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim, cidade da Grande Natal. O primeiro caso aconteceu na tarde do dia 29 de julho, quando um micro-ônibus foi incendiado na BR-101, em Macaíba, também na região Metropolitana da capital potiguar. Em uma semana, a Sesed registrou 107 atos criminosos em 37 cidades. O último atentado havia ocorrido na manhã da quinta-feira (4). Ao longo deste período, 108 pessoas foram presas suspeitas de participação direta ou envolvimento nos ataques. 
Os principais alvos dos criminosos são ônibus, carros, prédios da administração pública e bases policiais. Um dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, e até mesmo a vegetação do Morro do Careca – um dos principais cartões-postais do estado – também foram alvos dos atentados. Para o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, general Ronaldo Lundgren, afirmou que "tudo isso que estamos passando é resultado de anos de descaso, de falta de atenção e de investimentos em segurança pública".
Em entrevista ao G1, ele também ressaltou que essa onda de ataques só começou porque o Estado, enfim, decidiu retomar o controle dos presídios. "O Estado começou pela Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), na quinta-feira (28), a eliminar os escritórios do crime. Já nesse mesmo dia, ficamos de prontidão. Na sexta, assim que soube do ataque a um micro-ônibus em Macaíba, determinei que fosse iniciada a Operação Guardião. Essa ação, que envolve todos os órgãos de segurança pública que atuam no Rio Grande do Norte, tem por objetivo minimizar a reação dos criminosos. Avalio, após esse período, que nosso planejamento foi suficiente". 
Ainda segundo Lundgren, os ataques foram cometidos ou tentados por 'soldados do crime'. "São pessoas que têm dívidas de droga ou que realizaram ou tentaram fazer ataques em troca de R$ 50, R$ 100. Tudo isso a mando de chefes que estavam dentro de presídios. Para comprovar, todos eles tiveram que filmar o momento do ataque. Isso agora nos serve como prova contra eles". 
Mesmo diante de mais de uma centena de ataques, o secretário disse que o Estado ainda não estuda a possibilidade de decretação de calamidade pública na segurança potiguar. "Isso foi feito recentemente pelo Estado do Rio de Janeiro, mas foi por causa da Olimpíada e possibilitou mais investimentos sem uma série de trâmites burocráticos. Creio que, pelo menos por enquanto, ainda não haja essa necessidade no Rio Grande do Norte". 
Fonte: G1 RN

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