Familiares e amigos passaram a madrugada desta quinta-feira, dia 24, velando o corpo do escritor Ariano Suassuna, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, no Recife. O corpo do dramaturgo Ariano Suassuna continua sendo velado nesta quinta-feira (24), no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual na capital pernambucana. O velório, iniciado por volta das 23h30 da última quarta (23), ficou aberto durante toda a madrugada, com parentes, amigos e fãs se despedindo. Área em frente ao Palácio foi interditada para os carros, prevendo a circulação do público ao longo do dia.
Antes das 7h desta quinta, muita gente já passava pelo local, a caminho do trabalho, para homenagear o mestre. Logo cedo, o movimento estava tranquilo. O caixão foi coberto por bandeiras do Sport, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), de Pernambuco e do Brasil.
Trabalhando no bairro de Casa Forte, o auxiliar administrativo Maycon Anacleto acordou mais cedo para ir ao velório. "Ele foi um grande homem. Sempre gostei dos livros dele e dos filmes que fizeram. Ele não nasceu em Pernambuco, mas era pernambucano", acredita Anacleto.
Trabalhando como operador de telemarketing no Centro do Recife, Félix Gomes fez questão de ir cedo também. "Ele é uma lenda da literatura brasileira. Vai fazer muita falta, principalmente para quem gosta da boa literatura", afirma.
Os torcedores do Sport, time do coração de Ariano, também fizeram questão de comparecer e recordar o torcedor pé quente. "Hoje a torcida fica triste. Eu lembro dele na final da Copa do Brasil, quando fomos campeões. Ele dava sorte ao Sport", acredita o auxiliar de estoque Ricardo Ramos.
O estudante Manoel Aleixo, de 18 anos, chegou cedo, também vestido com uma camisa do time. Cordelista há três anos, Manoel diz que Ariano Suassuna foi sua maior inspiração - tanto é que trouxe para o velório uma edição do romance "Fernando e Isaura", que começou a ler na semana passada. "Comecei a ler, e vim lendo pelo caminho hoje. Sou cordelista e Ariano foi minha grande inspiração. Ele foi, sem dúvidas, o maior defensor da cultura popular brasileira, é um artista insubstituível", diz. O estudante, que lê a obra de Suassuna desde os 12 anos, conta que fez da arte do cordel uma maneira de expressar toda o sentimento de gratidão ao artista. "É como falei num poema que escrevi ontem. Ariano não morreu. Se eu quiser me encontrar com ele, eu pego um livro e leio, ele vai estar lá e nunca vai morrer, porque artistas assim não nos deixam, eles realmente ficam no nosso coração", fala.
Fonte: G1 PE
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