sábado, 25 de janeiro de 2014

MOTIVO DO AFASTAMENTO DE ROSALBA CIARLINI, POÇO SEGUE SEM ÁGUA POTÁVEL NO RN.


O poço que motivou o afastamento da governadora do Rio Grande do Norte, aberto durante a campanha eleitoral de 2012, continua sem fornecer água potável aos moradores do assentamento Terra Nossa, na zona rural de Mossoró. Na quinta-feira (23), o Tribunal Regional Eleitoral determinou o afastamento de Rosalba Ciarlini (DEM) por abuso de poder econômico. Na sexta (24), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, concedeu liminar (decisão provisória) para mantê-la no cargo.
Na decisão pelo afastamento, o juiz José Herval Sampaio ressaltou que a perfuração do poço não estava programada. “Mas, tudo bem, o poço foi cavado, e a comunidade agora tem água de qualidade advinda daquela obra. Não! Na verdade, após o pleito e a suposta conclusão da perfuração, o poço foi 'tampado', e pelo menos, até 10 de agosto de 2013, não derramou sequer uma gota d'água em benefício daquele povo tão sofrido”, relatou no processo.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, o TRE não pode executar o afastamento definitivo da governadora porque ela ainda tem direito de apresentar um tipo de recurso – os chamados embargos de declaração.
Na manhã deste sábado (25), o G1 foi ao assentamento Terra Nossa, que fica a 10 quilômetros da zona urbana de Mossoró. Mesmo com dois poços na comunidade, os moradores do local continuam tendo que comprar água para beber e cozinhar. Isso porque os poços só fornecem água salobra.
Após a obra de perfuração do poço em 2012, segundo os moradores, o governo do estado prometeu instalar um dessalinizador. Mas até hoje esse equipamento não foi instalado.
Inconformada com a situação, a agricultora Maria Lucimar diz o novo poço é motivo de revolta. “Esse poço foi uma esperança. A gente pensou que ía ter água porque prometeram um dessalinizador. Mas até hoje só tem água salgada, que serve só para os animais. Não dá pra cozinhar nem o feijão com essa água, porque fica duro”, explica a moradora.

Lucimar falou ainda que as crianças sofrem com o alto teor de sal da água. “Muitas crianças ficam com alergia no corpo por causa da água salgada. É horrível!”, reclama.
O poço perfurado tem cerca de 100 metros de profundidade. A água dele é usada apenas para a criação de animais e para o banho. “A gente só usa pra isso mesmo, porque pra outras coisas a gente tem que comprar água boa”, diz a agricultora Antônia Albaniza. E comprar a água potável custa caro para recebe apenas benefícios do Governo Federal. Uma pipa com 8 mil litros de água é vendida na comunidade por R$ 80.
Aluízio Braga tem uma padaria no assentamento e precisa comprar uma pipa de 8 mil litros a cada 15 dias. “Água no poço tem, mas é salobra. O pior é que a gente tem que se contentar com isso mesmo. Melhor se a água fosse boa, porque numa situação como a da gente, toda água ainda é pouca. Essa daqui, só dá mesmo para gente dar aos bichos”, conta, mostrando a água retirada do poço. Fonte: G1 RN.

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