A ciência, mesmo sendo filha da criação humana, não mente. Conta-nos a dor com a exatidão de quem antecipa no rosto macerado o fio de lágrima silencioso como diálogo mudo entre o corpo sofrido e a alma dilacerada.
A FUNCEME ( Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará) afirmou que em 2016 nosso sertão ainda será submetido à seca.
Não bastasse a amargura dessa triste realidade, o ministro da Integração disse que a barragem de oiticica, momentaneamente, não é prioridade .
O gargalheiras secou. Currais Novos e Acari estão sem água. Não li uma linha de indignação da classe política do meu Estado.
A corrupção dança solta ao som da orquestra dos canalhas que saquearam o tesouro nacional. Os porcos se deitam na lama na espera do cocho cheio de suborno. A pocilga fez e faz a festa.
Mais imposto nos impõe esse bagaço de governo onde se instalou a incompetência. Onde no colo da arrogância dorme a clandestinidade enquanto se amortalha a honra em cada canto dessa pátria em ruína.
E como reação, infelizmente, há um silêncio inexplicável . A revolta do meu sertão se calcinou no coração esturricado por tanto sofrimento decorrente do abandono. Eles voltarão um dia pedindo o seu voto. Se lhes sobrar uma carcaça daquela vaca morta na seca. Ergam-na como luto de sua dor. E lhes neguem o voto . Assim, o cocho vazio da propina será sua vingança.
Matéria escrita por Francisco de Sales Felipe
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