O secretário de Recursos Hídricos do RN, Mairton França e sua comitiva de técnicos e assessores estiveram reunidos na noite desta sexta-feira (23) com os agricultores de Barra de Santana, e comunidades de Jucurutu, São Fernando e Jardim de Piranhas que serão atingidas pela construção da Barragem de Oiticica. Mesmo que de forma indireta, a intenção de Mairton, pelo entendimento do Blog do Marcos Dantas presente na reunião, era convencer o movimento de agricultores da importância da obra ser retomada, mesmo até agora o Governo do Estado não tendo cumprido todos os pontos acordados pelo movimento, na carta enviada ao Governador Robinson Faria.
Até agora, o que tem mais avançado é o processo de desapropriação e indenização das terras, mas pontos como a terraplanagem do Alto do Paiol, onde será construída a nova Barra de Santana, e a desapropriação do terreno do novo cemitério, são apenas alguns dos pontos que ainda não foram concluídos pelo Governo. A reunião lotou a Capela do distrito, e foi coordenada por alguns dos lideres do movimento, dentre eles José Procópio, Neto Muriçoca, presidentes dos sindicatos Rurais dos municípios atingidos e representantes da comunidade de Barra de Santana. Mairton deixou a comunidade convencido de que as obras só serão, definitivamente retomadas se o governador Robinson vir pessoalmente anunciar aos moradores as medidas que serão adotadas pelo Governo.
No inicio da reunião desta sexta-feira (23) com os agricultores da Barragem de Oiticica, o secretário de Recursos Hídricos, Mairton França chegou a usar, como argumento para tentar convencer o movimento a suspender a paralisação das obras, de que o Governo do Estado teria que arcar com os prejuízos alegados pela empresa, que ultrapassam as cifras dos milhões de reais com a obra parada.
O Consórcio EIT/Encalso sustenta que por cada dia parado o prejuízo chega a ser de 160 mil reais, e só a folha mensal de pagamento dos 450 funcionários a despesa dele é de 700 mil reais. “É dinheiro que certamente as empresas exigirão que o Estado pague, e vai sair do bolso de cada um de nós. Daria para garantirmos a construção de adutoras como à de Carnaúba dos Dantas”, sustentou o secretário em seu discurso.
Neste momento houve um principio de revolta dos moradores com a declaração do secretário. Na fala seguinte, de um dos coordenadores da reunião, o representante da Diocese de Caicó no movimento, José Procópio de Lucena ele fez questão de apelar para que o Governo não insistisse na estratégia de querer culpar o movimento e os agricultores por qualquer prejuízo que o Consórcio venha a ter com a paralisação. “Isso é culpa da inércia do próprio Governo que se preocupou em planejar a Barragem sem se preocupar com qualquer direito social dessas famílias. Se não fosse esse movimento, nada disso estaria acontecendo. O Governo não pode colocar na conta do movimento os prejuízos e riscos da obra”, finalizou Procópio.
Fonte: Blog do Marcos Dantas
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